segunda-feira, 30 de julho de 2012

Aplausos: Para Murilo Benício, o Tufão de Avenida Brasil. No início, o personagem parecia imerso em um ar de extremo ostracismo. Com o tempo, percebemos que o tom mais apagado era proposital e completamente coerente com o destino do ex-jogador de futebol no contexto da novela. Aos poucos, Tufão  conquistou o público com sua simpatia e simplicidade. Mais um ótimo trabalho de composição de Murilo, um dos melhores atores de TV da sua geração.

Vaias: Para a trama de Roni (Daniel Rocha) e Suellen (Isis Valverde) em Avenida Brasil, cada vez mais conservadora e detestável. No início, Roni era um personagem promissor. Parecia ter sido inserido pelo autor para levantar discussões interessantes, como a homossexualidade no futebol. Com o tempo, acabou caindo em estereótipos bastante rasos: o excesso de vaidade, a repulsa por jogos de futebol, o gosto apurado por moda. Não que esses traços não sejam comuns entre os gays. No entanto, tais aspectos sempre foram jogados, no contexto da novela, como características essenciais a qualquer gay. Suellen, do mesmo modo, começou promissora. Parecia uma mulher independente em um bairro excessivamente machista. Com o tempo, foi transformada em uma golpista que, no final das contas, tinha o sonho piegas do casamento de véu e grinalda. O pior, entretanto, veio com o casamento dos dois. De repente, a novela ganhou ares de conversão: ele transformado em um heterossexual, ela transformada em uma mulher empreendedora de respeito. Dolores (Paula Burlamaqui), ex-atriz pornô evangélica que também não passa de um mera caricatura, entra na história para deixar toda a situação ainda mais risível. Ganha o semblante de conversora e empenha-se na transmutação de Roni. Independente da discussão em torno do politicamente incorreto ou correto, a situação é estéril e pobre em tantos aspectos que é difícil saber até mesmo por onde começar. A trama do gay convertido não é novidade nenhuma na teledramaturgia. Contudo, nunca se viu uma configuração tão patética quanto essa. E o pior, diga-se de passagem, é que isso tudo faz muito sucesso. 

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