domingo, 29 de abril de 2012

Top 5 Mortes em Novelas

Posição 5 - A morte de Gonçalo (Mauro Mendonça), em A Favorita.

Particularmente achei essa morte descontextualizada e apelativa, mas reconheço que a cena entrou para o rol das mais comentadas da TV:



Posição 4 - A morte de Maria (Zezé Motta), em Xica da Silva.

Uma das cenas mais chocantes que já vi:



Posição 3 - A morte de Carlão (Francisco Cuoco), em Pecado Capital:

Cena emblemática da teledramaturgia:



Posição 2 - A morte de Odete (Beatriz Seagal), em Vale Tudo.

Outra cena antológica:



Posição 1 - A morte de Heloísa (Cláudia Abreu), em Anos Rebeldes.

Uma das cenas mais marcantes da carreira da atriz:


sábado, 28 de abril de 2012

Melhores do Ano (Por Isabelle Bertolucci)

Os ganhadores estão em negrito. Vamos à listagem:

Melhor atuação em série:
Andréa Beltrão (Tapas e Beijos)
Débora Falabella (A Mulher Invisível)
Fernanda Torres (Tapas e Beijos)
Ingrid Guimarães (Macho Man)
Marisa Orth (Macho Man)

Melhor série:
A Grande Família
A Mulher Invisível
Força Tarefa
Macho Man
Tapas e Beijos

Melhor canção:
A Turma do Funil – Miúcha, Chico Buarque e Tom Jobim (Insensato Coração)
Carcará – Otto (Cordel Encantado)
Coração em Desalinho – Maria Rita (Insensato Coração)
Minha Princesa – Gilberto Gil e Roberta Sá (Cordel Encantado)
Satisfaction – Rolling Stones (Insensato Coração)

Trilha Sonora:
A Vida da Gente
Amor e Revolução
Cordel Encantado
Insensato Coração
O Astro

Fotografia:
A Vida da Gente
Aquele Beijo
Cordel Encantado
Insensato Coração
O Astro

Figurino:
A Vida da Gente
Aquele Beijo
Cordel Encantado
Insensato Coração
O Astro

Direção:
Dennis Carvalho (Insensato Coração)
Jayme Monjardim (A Vida da Gente)
Ricardo Waddington/Amora Mautner (Cordel Encantado)
Roberto Talma/Mauro Mendonça Filho (O Astro)
Rogério Gomes (Morde e Assopra)

Autor:
Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro (O Astro)
Gilberto Braga e Ricardo Linhares (Insensato Coração)
Christianne Fridman (Vidas em Jogo)
Miguel Falabella (Aquele Beijo)
Lícia Manzo (A Vida da Gente)

Ator coadjuvante:
André Gonçalves (Morde e Assopra)
Herson Capri (Insensato Coração)
Marcelo Serrado (Fina Estampa)
Marcos Caruso (Cordel Encantado)
Thiago Martins (Insensato Coração)


Atriz coadjuvante:
Ana Lúcia Torre (Insensato Coração)
Cássia Kiss Magro (Morde e Assopra)
Júlia Lemmertz (Fina Estampa)
Denise Del Vechio (Vidas em Jogo)
Zezé Polessa (Cordel Encantado)

Ator:
Antonio Fagundes (Insensato Coração)
Bruno Gagliasso (Cordel Encantado)
Gabriel Braga Nunes (Insensato Coração)
José Mayer (Fina Estampa)
Rodrigo Lombardi (O Astro)

Atriz:
Ana Beatriz Nogueira (A Vida da Gente)
Christiane Torloni (Fina Estampa)
Glória Pires (Insensato Coração)
Lília Cabral (Fina Estampa)
Regina Duarte (O Astro)

Novela:
A Vida da Gente (Lícia Manzo)
Cordel Encantado (Duca Rachid e Thelma Guedes)
Insensato Coração (Gilberto Braga e Ricardo Linhares)
O Astro (Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro)
Vidas em Jogo (Christianne Fridmann)

Cheias de Charme e Qualidade.

Erra quem pensa que o brega não pode ser cool. Ao contrário, Cheias de Charme emplaca em público e crítica justamente por conta de uma cafonice bem-acabada, calculada e proposital. Não é de hoje que nomes como Sidney Magal e Gaby Amarantos são aceitos em vários núcleos como música de verdade, abandonando os preconceitos de uma teoria musical elitista e pouco adequada aos dias de hoje. Reconhecer a qualidade da música ultra-popular é muito justo e é mais do que natural. Nessa esteira, a produção assinada por Filipe Miguez e Isabel de Oliveira aposta no over de bom gosto. 

Em contraponto a novelas que se fartavam do farsesco pobre e com ares de esquete rasa (como Morde e Assopra ou Fina Estampa), a nova novela das sete  acerta em direção, trilha sonora, dramaturgia e argumento. Em suma, tudo parece bastante coerente. Denise Saraceni, conhecida pelo seu bom gosto, consegue balancear divinamente um folhetim que pende para o excesso. Do mesmo modo, fatores técnicos como figurino, cenografia e fotografia parecem se acertar perfeitamente nas situações da trama. A sinopse é clara e tem muito potencial de desenvolvimento. O texto dos autores é, até aqui, muito correto. Brega e qualidade podem caminhar juntos, sim.

As atuações são um caso à parte. As três protagonistas, vividas por Taís Araújo, Isabelle Drummond e Leandra Leal, são carismáticas e otimamente defendidas pelas excelentes atrizes. Mallu Galli, Alexandra Richter e Daniel Dantas também vem sendo muito felizes em suas composições. O mesmo pode ser dito a respeito da estreante Titina Medeiros, que em pouco tempo já arrebatou alguns fãs com a sua Socorro. No entanto, o grande destaque fica mesmo por conta de Cláudia Abreu, um dos maiores nomes da teledramaturgia. A atriz, que vinha sendo pouco festejada desde Celebridade, volta a um papel à sua altura. Na pele da divertidíssima Chayene, Cacau mostra que realmente é um dos maiores talentos da televisão. 

Se Cheias de Charme vai emplacar em audiência, ainda é difícil prever. Porém, certamente tem gás e condições para se tornar um dos maiores sucessos do horário. E se a palavra de ordem é agradar a classe C (o que, por um lado, é extremamente positivo, pois representa uma parcela importante da população na TV; mas, por outro, é bastante negativo, uma vez que limita o espectro criativo dos autores), que isso seja feito com bastante criatividade.


O Melhor da Semana: O sequestro de Carminha, em Avenida Brasil. As cenas foram recheadas de agilidade e suspense, ingredientes que há tempos não se via no horário. Destaque para a atuação de Adriana Esteves.

O Pior da Semana: O programa Pânico na TV, cada vez mais adepto de um humor de péssima qualidade. Resultado claro da onda em prol do politicamente incorreto, que tomou conta dos motivos daqueles que precisam justificar certas barbaridades.

domingo, 22 de abril de 2012

Relembrando

No primeiro post da seção Relembrando, uma cena hilária da inesquecível Rafaela Alvaray (Marília Pera) e do impagável Montenegro (Marco Nanini), personagens da novela Brega & Chique:

sábado, 21 de abril de 2012

O Melhor da Semana: A estreia de Cheias de Charme, escrita por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira. A novela é uma comédia explicitamente voltada para o universo brega, uma alegoria que se adapta muito bem ao mundo da tão almejada classe C. Mais do que isso, os autores, auxiliados pela experiência de Denise Saraceni e Ricardo Linhares, conseguiram perceber que é possível aliar popularidade com qualidade de texto e acabamento. Destaque para a direção e para as excelentes atuações de Taís Araújo, Isabelle Drummond, Leandra Leal, Cláudia Abreu, Malu Galli e Aracy Balabanian.

O Pior da Semana: Os comentários pouco consistentes de Aguinaldo Silva na mídia. O autor, que já foi um grande adaptador e seguidor do legado de Dias Gomes e Jorge Amado, hoje se apresenta mais como um polemista ressentido, raso, quadrado e reacionário.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Um mês de Avenida Brasil: crítica e balanço

Por: Isabelle Bertolucci

Avenida Brasil estreou como uma tarefa difícil: restaurar a qualidade perdida com a péssima e caricata Fina Estampa, sem abrir mão, contudo, da crescente audiência conquistada pelo show de horrores promovido pelo folhetim anterior. Até aqui, pelo menos, pode-se dizer que conseguiu. A trama de João Emanuel Carneiro estreou em ritmo alucinante. Com um conteúdo consistente e bem-desenvolvido, a trama principal encanta e causa as mais diferentes emoções nos telespectadores. As tramas pararelelas, no mesmo sentido, parecem ter crescido nas últimas semanas.

Primeiramente, a respeito das escalações, a grande maioria dos atores parece bastante afinada. Débora Falabella, aliás, parece ter sido escolhida a dedo para o papel. Poucas atrizes de sua geração teriam tamanha habilidade para defender uma personagem de tanta complexidade. Ela consegue demonstrar com uma espantosa naturalidade a perfeita oscilação entre frieza, incômodo e intensidade emocional. Coisa de olhar. Sem dúvida, Falabella é a atriz com mais recursos dramáticos de sua geração. Adriana Esteves também já disse a que veio. Embora tenha, em sua composição, tiques que remetem a personagens anteriores, a atriz vem defendendo com maestria a grande vilã da história. Com a maturidade conquistada ao longo de anos de carreira na televisão, Adriana consegue passar veracidade à sua Carminha, atingindo um tom histriônico bastante crível. Murilo Benício, entretanto, está apagadíssimo e em uma interpretação até aqui pouco memorável. Apesar de seu talento já comprovado em atuações como Victor Valentim e Juca Cipó, o ator parece ter caído em uma composição bastante porca, constatação que não condiz com uma trajetória de personagens construídos de forma brilhante. Falta vento ao Tufão. Outra que se mantém apagadíssima é Nathália Dill. Pouco versátil em seus papeis, a atriz já mostra que precisa superar certas limitações técnicas, como a dicção às vezes excessivamente apressada e a sensação de uma falta constante em seu desempenho em cena. Cauã Reymond, que sempre foi mais corpo do que ator, não compromete e, pelo contrário, chega a cativar com o seu Jorginho. Alexandre Borges e Camila Morgado repetem suas atuações anteriores e, como não poderia deixar de ser, estão extremamente cansativos e pouco funcionais. A própria trama é batidíssima. Enésima novela em que um polígamo se vira para não ser descoberto. As outras duas mulheres, vividas pelas ótimas Carolina Ferraz e Debora Bloch, acabam abarcadas por essa comédia extremamente sem graça. O grande destaque entre as tramas paralelas fica mesmo com a impagável Suellen, defendida pela carismática Isis Valverde. A personagem subverte o papel da mulher em tempos tão machistas, causando um misto de desconforto e diversão aos mais conservadores. E a coisa parece esquentar ainda mais ao passo que seu destino se entrecruza às tensões que envolvem Roniquito (Daniel Rocha) e Leandro (Thiago Martins). Ponto para Carneiro, que desenvolveu no triângulo uma ótima trama paralela (que, convenhamos, não é bem o forte do autor). Mas não posso deixar de mencionar os excepcionais desempenhos de José de Abreu e Vera Holtz. Veteranos excelentes e magistrais.

Sobre a direção, poucos erros a apontar. A fotografia é primorosa e a trilha incidental é sensacional (como é tradição em novelas dirgidas pela dupla Amora Mautner/Ricardo Waddington). O lixão cinematográfico é perfeito, mesclando o lúdico que envolve o universo de Oliver Twist e a realidade triste que cerca a rotina dos aterros sanitários do país. A abertura, entretanto, é completamente descontextualizada. Embora embalada por uma música forte e extremamente popular, a vinheta não empolga esteticamente e não tem a menor relação com qualquer trama desenvolvida na novela. A trilha sonora, assim como a proposta principal do folhetim, é popular. Tem pontos positivos, como o excelente tema de Suellen, cantado pelo grupo que, anos antes em Caminho das Índias, consagrou-se como um ícone brega, os Aviões do Forró. Outro destaque é a canção que embala Nina e Jorginho, composta por um dos maiores nomes da MPB, Marisa Monte. O figurino também é acertado, assim como a cenografia. Tudo é fake e demonstra os excessos comuns às camadas populares.

Por fim, a dramaturgia de João Emanuel Carneiro mostra amadurecimento. Ele consegue manter o telespectador preso à tela da TV. Ganchos espetaculares e cenas de tirar o fôlego são inseridas em um folhetim extremamente bem-executado. Isso pode ser demonstrado por alguns pontos da trama principal: a introdução da novela foi muito bem-arquitetada e sem furos. Rita já mostrava sua determinação desde criança, justificando assim o caráter contestador que torna verossímil a busca por vingança da justiceira Nina. O desenvolvimento está sendo igualmente perfeito. Nina oscila entre o comportamento contido exigido na convivência com sua algoz e a intensidade que já demonstrava quando criança. Carminha, por sua vez, tem uma cadeia causal clara como água, o que faz com que a vilã tenha uma personalidade extremamente justificada por sintomas derivados de uma infância difícil, algo já percebido no início da novela. Uma personalidade que assusta em seus momentos mais explícitos de sadismo e violência, simultaneamente a uma parte completamente escondida do público, fatos do passado que podem causar uma reviravolta surpreendente no folhetim. Enfim, tudo parece obedecer a uma lógica parcialmente oculta, mas muito bem planejada.


Passione tinha uma ótima sinopse, e um texto extremamente conservador e moralista, fato que deixou a novela pesada demais para conquistar o público. Insensato Coração tinha diálogos excelentes e extremamente vanguardistas, mas não se sustentava pela falta de argumento. Fina Estampa foi uma caricatura de novela, folhetim que oscilava entre o vulgar, o dantesco e o infantil. Torçamos para que Avenida Brasil tenha vindo para levantar o horário. E não só em audiência, que isso não é só o que importa.

Avaliação do Primeiro Mês: ÓTIMA