domingo, 22 de julho de 2012

Aplausos: Para a configuração sócio-política de Cheias de Charme. Entre as questões abordadas pela novela, o grafite mostra o seu potencial político como forma de protesto, a classe C emerge como detentora do poder de consumo e a linha que separa os ricos de berço dos ricos emergentes se relativiza. Nesse contexto, situações impagáveis surgem naturalmente: o crime de colarinho branco ganha sua devida censura moral ou a ex-empregada mora no mesmo condomínio da madame. Mais um aspecto da novela mais inteligente do ano.

Vaias: Como de costume, o enredo de Avenida Brasil deixa muito a desejar. Que o autor é mestre em escrever cenas eletrizantes, isso a gente sabe. A lógica, no entanto, passa longe do roteiro na novela. Se o capítulo 100 foi bem costurado, o mesmo não pode ser dito em relação aos capítulos seguintes. Vejamos alguns exemplos: 1) Já citei a cena em que Nina (Débora Falabella), em pleno século XXI, tenta revelar cenas de uma câmera digital; 2) Como bem lembrou Maurício Stycer, excelente crítico do UOL, é estranhíssimo que Betânia não tenha tentado avisar Nina assim que soube que Carminha conhecia o plano de vingança da protagonista; 3) Um furo menos grave e justificável por um ponto de vista psicologizante diz respeito ao fato da vilã não ter matado a mocinha quando teve oportunidade. Definitivamente, João Emanuel Carneiro não tem muito compromisso com o enredo de sua obra. A seu favor, pesam as cenas magníficas e o ritmo eletrizante que, com a ajuda de Ricardo Waddington, Amora Mautner, José Luiz Villamarim, Adriana Esteves e Débora Falabella, ele vem proporcionando ao telespectador.

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