domingo, 18 de julho de 2021

O que existe de válido na nova onda de documentários sobre as celebridades do momento?

     Quando me deparo com um documentário como o que acompanha um recorte da agenda da cantora Anitta ou o que reconstrói a trajetória da ex-BBB Juliette, fico me perguntando em como o formato foi repaginado em uma espécie de apelo fast-food. Ao menos antes da popularização dos serviços de streaming, os documentários biográficos compreendiam uma vida ao menos madura, algo com uma bagagem cheia e relevante de uma existência que não se resumia a acompanhar 2 ou 3 meses da carreira de uma celebridade que é o hit do momento. A verdade é que o dinheiro que essa nova moda rende é garantido e faz com que as plataformas invistam mais e mais nesses reality shows com apelo documental, os quais parecem ter conseguido seu gatilho no célebre programa Keeping Up with the Kardashians, que acompanhava a rotina de uma abastada família de socialites armeno-americanas (e que projetou a fama de Kim Kardashian e das irmãs Jenner). É verdade que em algumas situações, esse novo formato fast food de documentário tem a sua substância. A Vida Depois do Tombo, por exemplo, visitou Karol Conka depois que a cantora passou por um massivo processo de linchamento após sua participação em um reality show. Questões como saúde mental e abuso psicológico nas relações interpessoais (típicas nesse tipo de programa, vale dizer) entraram em pauta e suscitaram discussões interessantes. Mas qual o real valor em ver um documentário sobre Juliette que sequer ultrapassa o mito que se criou no BBB; que, à parte de retratar uma figura indubitavelmente carismática e um fenômeno nas redes sociais, reduziu a moça a uma imagem piegas e superficial constantemente reafirmada ao longo dos já exibidos episódios da produção? Quem aguenta a edificação de uma personagem que em nenhum momento abandona o estereótipo e é colocada como vítima em contextos claramente multilaterais? E o que dizer dos "documentários" envolvendo a cantora Anitta? Qual a graça de acompanhar a sua sanha por sucesso profissional, sua construção de personagem igualmente superficial que é colocada como mulher de poder em um mundo que, cada vez mais, é marcado por desigualdades que não se resumem apenas aos abismos de gênero, mas que são interseccionadas por raça, classe e sexualidade? É claro que duas enormes bases de fãs já são capazes de justificar a existência dessas produções. Mas confesso que, na qualidade de telespectadora neutra, ambas as experiências me foram maçantes e a única coisa que me causou em relação às protagonistas foi um sentimento de natural antipatia. 

terça-feira, 13 de julho de 2021

XI Prêmio Leila Diniz (Indicados)

Devido à pandemia da COVID-19 e a paralisação na maioria das produções, o blog excepcionalmente não elegerá novelas ou os seus profissionais entre os melhores do ano. O XI Prêmio Leila Diniz se concentrará, assim, em séries e especiais. 

Previsão de resultado: 8 de agosto.



Série Nacional

Bom Dia, Verônica (Netflix)

Cidade Invisível (Netflix) 

Gilda, Lúcia e o Bode (Globo)

Manhãs de Setembro (Prime Vídeo)

Melhor Série ou Novela Internacional:

Katla (Netflix, Islândia)

Pose (Fox, Estados Unidos)

The Mandalorian (Disney Plus, Estados Unidos)

Young Royals (Netflix, Suécia)

Autor:

Alice Marcone, Carla Meirelles, Marcelo Montenegro e Josefina Trotta (Manhãs de Setembro)

Jorge Furtado, Fernanda Torres e Antonio Prata (Gilda, Lúcia e o Bode)

Manuela Dias (Falas Negras)

Raphael Montes e Ilana Casoy, com Carol Garcia, Davi Kolb e Gustavo Bragança (Bom Dia, Verônica)

Trilha Sonora:

Cidade Invisível (Netflix)

Coisa Mais Linda (Netflix)

Falas Negras (Globo)

Filhas de Eva (Globoplay)


Fotografia

Bom Dia, Verônica (Netflix)

Coisa Mais Linda (Netflix)

Desalma (Globoplay)

Manhãs de Setembro (Prime Vídeo)


Figurino
:

Bom Dia, Verônica (Netflix)

Coisa Mais Linda (Netflix)

Cidade Invisível (Netflix)

Desalma (Globoplay)


Direção de Arte:

Bom Dia, Verônica (Netflix)

Cidade Invisível (Netflix)

Desalma (Globoplay)

Manhãs de Setembro (Prime Video)


Direção
:

José Henrique Fonseca, Izabel Jaguaripe e Rog de Souza (Bom Dia, Verônica)

Júlia Pacheco e Luis Carone (Cidade Invisível)

Lázaro Ramos (Falas Negras)

Luís Pinheiro e Dainara Toffoli (Manhãs de Setembro)


Atuação Coadjuvante em Série Nacional:

Fábio Lago (Cidade Invisível)

Karine Teles (Manhãs de Setembro)

Marina Provenzzano (Bom Dia, Verônica)

Tatiana Tibúrcio (Falas Negras)

Atuação em Série Nacional:

Camila Morgado (Bom dia, Verônica)

Eduardo Moscovis (Bom dia, Verônica)

Fernanda Montenegro (Gilda, Lúcia e o Bode)

Liniker (Manhãs de Setembro)