sábado, 10 de novembro de 2012

Aplausos: Para Caio Blat, o Fernando de Lado a Lado. Bissexto na televisão, o ator prova, com as suas recorrentes demonstrações de brilhantismo, que é, de fato, um dos melhores atores de sua geração. Ainda que seja jovem, Caio apresenta recursos dramáticos avançados e geralmente desenvolvidos apenas por aqueles que possuem mais experiência.

Para Débora Duarte, que também vem arrasando na novela das seis. Dona Eulália, sua personagem em Lado a Lado, é uma vilã típica da Escola Gilberto Braga de fazer novela, oscilando entre o golpismo jocoso e traços sérios de vilania. Débora, que há muito tempo merecia um papel assim, está aproveitando muito bem o presente, como já era esperado. Destaque para as cenas das últimas semanas, em que sua personagem confronta Fernando, interpretado por Caio Blat. Os dois atores reinaram em cena e deram uma aula de atuação.

Para Lado a Lado, que além de seus indiscutíveis atributos de texto, direção e elenco, vem se consagrando, também, como conjunto. O folhetim de João Ximenes Braga e Cláudia Lage já conquistou, pelo menos para este blog, o posto de melhor novela do ar.

Para Nanda Costa, a Morena de Salve Jorge. Segundo Glória Perez, a atriz está sendo bastante criticada por sua atuação na novela das nove. Para o blog, porém, Nanda está corretíssima. A personagem, aliás, é ótima. Morena é, antes de tudo, uma completa subversão de valores. Sem dúvida, a mocinha de Nanda é um dos grandes (e poucos) pontos fortes da trama do horário nobre. Em uma novela repleta de repetecos, a protagonista é um dos raros momentos de frescor e novidade.

Para Carolina Dieckmann, que, indiscutivelmente, conseguiu roubar a cena nas últimas semanas. Com uma atuação comovente e bastante competente, a atriz logrou êxito ao compor Jéssica, uma das mulheres traficadas por Lívia (Cláudia Raia) em Salve Jorge. Carolina vem dando provas que, à parte de sua fama de pessoa difícil, é uma excelente atriz. A trama do tráfico de mulheres, a propósito, é, junto com o drama de Morena (Nanda Costa), a melhor parte da novela.





Vaias: Para o excesso de tramas em Salve Jorge, fator que deixa a novela extremamente enfadonha e desinteressante. O número de histórias que pululam na tela durante a sua exibição causa um evidente efeito de desvio de atenção, fazendo com o que o público, com toda a razão, não consiga se fidelizar com a trama de Glória Perez. 

Para o excesso de repetições estruturais que tomam conta de Salve Jorge. Além do problema do imoderado número de personagens, existe, também, a sensação de repeteco em toda a estrutura da novela. Os dilemas, de modo geral, são muito parecidos com outros tratados em novelas anteriores da mesma autora. Para completar, atores como Antonio Calloni e Jandira Martini foram escalados para papeis semelhantes a outros que já interpretaram em outras novelas de Glória Perez. Por fim, a escritora, infelizmente, não vem conseguindo manter o mesmo brilhantismo demonstrado em outras tramas internacionais, como O Clone e Caminho das Índias. Por incrível que pareça, o núcleo estrangeiro, que é sempre ponto forte em novelas de Glória, é, em Salve Jorge, o mais chato da trama.

Para Cláudia Raia, a Lívia Marino de Salve Jorge. Com um grande personagem nas mãos, a atriz, ao menos até aqui, ainda não conseguiu construir uma composição corporal adequada ao ethos de uma vilã classuda, discreta e elegante. Sua atuação, em última análise, fica estranha, robótica e artificial.

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