sexta-feira, 25 de maio de 2012

Carrossel: bom elenco contrasta com falhas de produção.

A estreia de Carrossel merece aplausos por diversos fatores. Representa, de certa forma, a volta do interesse da emissora em investir em dramaturgia, ainda que esse movimento tenha começa há algum tempo, desde que Íris Abravanel, a mulher do dono, resolveu se aventurar na profissão de autora de novelas. No entanto, apesar de eu torcer para o desenvolvimento do SBT no mundo dos folhetins, alguns comentários negativos precisam ser feitos. Embora, de maneira geral, o elenco infantil tenha sido bem-escolhido, outros fatores comprometem significativamente o conjunto da produção infantil.

Primeiramente, a direção não acerta em quase nada: orientação de atores, edição de imagem, mixagem de som, cenários, tudo é muito mal-executado. Fatores técnicos que dão à novela um ar de amadorismo constrangedor. Parece que falta um investimento em know-how em relação a essa parte, que já foi uma grande habilidade do SBT nos anos 90. Outra coisa que incomoda bastante é o texto. Já li críticas que diziam que, com Carrossel, Íris Abravanel teria alcançado sua maioridade como autora. O que vi em cena, pelo contrário, foi uma construção de diálogos excessivamente didáticos e pessimamente adaptados ao Brasil e ao século XXI. Ainda que se trate de uma novela infantil, o excesso de tatibitate compromete bastante o conteúdo da história. Em relação às atuações dos atores, achei o desempenho do ator mirim Lucas Santos incômodo. Rosane Mullholland, por sua vez, oscila entre ótimos e péssimos momentos. Parece insegura nas situações em que precisa mostrar docilidade. Talvez a saída seja fugir um pouco do estereótipo da antiga Professora Helena. Os grandes destaques até aqui são mesmo Larissa Manoela e Noemi Gerbelli. Também vale mencionar Maísa Silva, que consegue conter seu temperamento meio apressado para compor uma Valéria carismática.

É claro que, com isso, não quero dizer que Carrossel tenha sido um erro. Ao contrário, trata-se de um grande acerto. Investimento em dramaturgia sempre é uma boa notícia. Entretanto, se o SBT quiser manter o público cativo, penso que maiores recursos devem ser destinados à qualidade das produções.

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