segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Melhores do Ano?

Ontem a Rede Globo levou ao ar a sua edição de 2014 de um prêmio que, ao menos no nome, objetiva premiar os melhores profissionais da casa: o Prêmio Melhores do Ano do Domingão do Faustão. Em um ano de novelas tão fracas, entretanto, o que se viu foi um desfile de corporativismo da emissora: em muitas categorias, ganhou a carinha de mais empatia com o público. E a falta de lógica não se restringiu à dramaturgia. Talvez abrir a votação totalmente para a participação popular tenha sido a grande força motriz de certos despropósitos: em que mundo a forçada Fernanda Gentil se destaca em um time de jornalistas composto por, entre outros, pessoas da excelência do também concorrente e renomado Caco Barcellos? Algum especialista pensa de fato que a irritante Cláudia Leitte é a melhor coisa que temos na música brasileira atual? Tsc. E Chay Suede, ainda que tenha ido bem em seu primeiro papel relevante em uma novela da Globo, passa muito longe do talento inquestionável de Jesuíta Barbosa e Irandhir Santos. Para coroar o clima de amigo oculto festivo e pouco compromissado com a qualidade, Cláudia Abreu, à parte de ser uma das maiores atrizes do país, levou o troféu de melhor atriz mesmo estando distante de estar entre as melhores do ano. É o preço que se paga por um troféu que, desde o seu nascimento, sempre esteve inclinado a vender o próprio peixe. Afinal, nomes como Marina Ruy Barbosa, Andrea Horta e Josie Pessoa, só para citar alguns, apenas entraram na conta deste ano por motivos meramente comerciais (e isso, vale ressaltar, não é um questionamento ao inegável talento das três atrizes). Ao menos no que diz respeito à teledramaturgia nacional, tal característica salta aos olhos em um ano tão fraco para as novelas: em um mar de poucas coisas realmente memoráveis, destacam-se apenas aqueles que, mesmo sem muita qualidade, estão sendo levados pela onda popular (que com frequência é ditada tão-somente pela indústria). 

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