quinta-feira, 7 de maio de 2015

Esforço por deixar trama mais conservadora deve afastar o público progressista de Babilônia

Às vezes a emenda sai pior do que o soneto. Há um problema claro em Babilônia, mas mais de forma do que de conteúdo: a trama lenta e pouco articulada afasta qualquer tipo de público. Esta é a alteração mais premente. Mas a novela vem passando mesmo por uma alteração de conteúdo: Alice deixou de ser candidata à prostituta e virou uma mocinha clássica, mudança que, apesar de feita de modo interessante (à la "Pretty Woman"), comprometeu boa parte da força do enredo. Agora, Carlos Alberto foi heterossexualizado, algo que pega bem mal em parte da audiência. Justamente na parte da audiência que gosta da novela. No fim das contas, o público cativo do folhetim, naturalmente mais progressista, pode desistir. No frigir dos ovos, pode não sobrar ninguém. E a atual direção de teledramaturgia, tão esforçada em entender o mercado, mostra mais uma vez que precisa estudar que algumas obras têm o seu nicho.

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