sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Comentário

Walcyr Carrasco é muito talentoso no que diz respeito à dramaturgia de suas obras. Sabe bem amarrar suas tramas de modo a prender a atenção de seu telespectador. A direção arrebatadora de Maurinho Mendonça, é claro, ajuda bastante. Mas é notável, contudo, que Verdades Secretas parece ter se rendido a um texto evidentemente mais pobre e mais inverossímil. Nos últimos capítulos, houve uma queda substancial de qualidade. Uma pena, visto que Verdades Secretas tem tudo para se tornar a novela do ano. Que chamem Maria Elisa Berredo.
 
 
Babilônia, por sua vez, é uma novela com um texto provocativo e crítico. Nada é muito fácil nas falas dos personagens da novela das nove. Muitas vezes ácido, Babilônia toca em diversas feridas sociais, e nisso o folhetim sustenta sua qualidade. Mas ao contrário de Verdades Secretas, não há história em Babilônia. A impressão conjuntural da obra transparece um arranjo fortuito, casual, sem nenhum eixo que sustente os acontecimentos. Como nos piores momentos de Manoel Carlos, Babilônia carece de qualidade quanto à dramaturgia. Falta uma das coisas principais, senão a principal, de qualquer obra de ficção de massa: um roteiro com um eixo forte de desenvolvimento.  

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