domingo, 16 de novembro de 2014

Boogie Oogie e o desfile de atrizes potentes

Entre os grandes méritos da atual novela das seis, encontra-se sem dúvida a ressurreição de grandes atrizes que, por um motivo ou outro, estavam sumidas do protagonismo da televisão. Boogie Oogie, nesse sentido, é um deleite para os olhos de fãs de grandes divas da teledramaturgia. Caso de Giulia Gam, indicada pelo blog como uma das melhores atrizes do ano, que está fazendo de sua Carlota uma das grandes forças motrizes do folhetim. Caso, também, de Alessandra Negrini, intérprete de Suzana, a carismática antagonista do mau caráter Fernando, personagem de Marco Ricca.

Mas a constelação de talentos bissextos não para por aí: Zezé Motta, por exemplo, atriz eternizada pelo filme ''Xica da Silva'', volta com uma personagem que dá gosto de ver: a desinibida Sebastiana. Betty Faria não fica atrás: Madalena surge como a grande matriarca da novela, uma vovó mais avant-garde do que todo o resto do elenco. Ana Rosa, outra veterana injustiçada pelo ostracismo dos últimos anos, consegue demonstrar toda a sua carga dramática na pele da sofrida Zuleica. E Thaís de Campos, figurinha repetida nas novelas da década de 90, volta com uma participação interessante em Boogie Oogie: Célia, sua personagem, é talvez a figura mais adequada à década retratada pelo folhetim. Mas é o retorno de Joana Fomm que chamou a atenção dos telespectadores nas últimas semanas. E em um papel matador: Odete, a suposta tia de Carlota, é ácida, ferina e manipuladora. Uma atriz maravilhosa, de técnica ímpar, que, por motivos de saúde, obrigou-se a recusar os últimos convites de sua carreira. E vem mostrando que continua dando show.

Mas não só de atrizes veteranas Boogie Oogie é feita: Sandra Coverloni (a Augusta), nome experiente do cinema laureado em Cannes, praticamente debutou nas novelas recentemente. E vem apresentando toda a sua competência. Alexandra Richter (a Luísa), Heloísa Perissé (Beatriz) e Rita Elmor (a Leonor) são também nomes recentes no cenário da teledramaturgia. Todas muito competentes. Já Fabíula Nascimento é um espetáculo à parte. A atriz já havia se destacado como a Olenka de Avenida Brasil. Entretanto, é em Boogie Oogie que a atriz encontrou todos os instrumentos para demonstrar o máximo de seu talento. A rancorosa Cristina é um espetáculo, como personagem e como composição. Mesmo atrizes que costumam emendar novelas estão em ótimas atuações: Débora Secco (a Inês) e Letícia Spiller (Gilda) são dois ótimos exemplos. Para completar, a novela é encabeçada pela correta Isis Valverde, ainda que Sandra suma um pouco da vista do telespectador diante de tantos bons personagens ao seu redor. Um deles, a patricinha Vitória, é diretamente responsável pelo ofuscamento da protagonista: Bianca Bin, para variar, também está inspiradíssima - atrevo-me a dizer que ela está em seu melhor papel.

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