quinta-feira, 21 de março de 2013

Aplausos: Para Pé Na Cova, seriado de Miguel Falabella que vem se consagrando como uma das melhores coisas da TV aberta brasileira. Com personagens maravilhosos inseridos em um contexto alegórico e excêntrico, a produção diverte e coloca críticas muito pertinentes à atualidade: o preconceito, a desigualdade social e a educação. Falabella, porém, não cai em um excesso de didatismo. Pelo contrário, seu humor é da melhor qualidade: é acessível, mas não se rende à banalidade acrítica de programas como Zorra Total ou Pânico na TV. Além disso, usa o politicamente incorreto da forma mais inteligente: não entra em um pedantismo exagerado e não usa essa estratégia como mecanismo de deboche reacionário. A propósito, a diversidade que Falabella imprime na TV revoluciona: da lésbica masculinizada à mãe bêbada tresloucada, suas personagens fogem completamente do paradigma da propaganda de margarina. 

Para Marília Pêra, que, ao interpretar a Darlene de Pé Na Cova, está em um de seus melhores papéis na TV. Com uma personagem de tintas almodovarianas, Marília vem nos brindando, todas as quintas, com uma  interpretação inesquecível. Darlene é over, interesseira, divertida, colorida e caótica. E Marília, uma das maiores atrizes da televisão brasileira, comprou esse perfil e criou uma composição excepcional. 

Para Giovanna Antonelli, Dira Paes, Nanda Costa e Totia Meirelles, que vivem, respectivamente, Helô, Lucimar, Morena e Wanda, em Salve Jorge. Se a novela de Glória Perez passa por alguns problemas de enredo e direção, o mesmo não se pode dizer das atrizes supracitadas. Superando os percalços que o folhetim enfrenta, Giovanna, Dira, Nanda e Totia defendem seus papeis com unhas e dentes, transformando suas personagens nos grandes destaques da trama. Um salve especial para Giovanna, a implacável delegada Helô.


Vaias: Para a equipe de jornalismo do SBT,  que é recheada de um conservadorismo parcial e irritante. Enquanto Carlos Nascimento frequentemente destila o seu pedantismo cansativo em seus comentários (quem não se lembra do "nós já fomos mais inteligentes"?, Rachel Shererazade, por sua vez, mostra-se cada vez mais adepta de um fundamentalismo reacionário e inadequado. A última da moça: ela deturpou o sentido de Estado Laico para tentar defender Marco Feliciano, o deputado e pastor neopentecostal que preside, em  um contrassenso a suas posições racistas e homofóbicas, a comissão de direitos humanos da câmara. É dose.

Nenhum comentário:

Postar um comentário